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Negócios em estudo

Courageous Land – Finca Regenera

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Nombre del negocio:
Courageous Land (Finca Regenera)
País de localização:
Brasil
Província/departamento de localização:
Roraima
Cidade/Distrito de localização:
Rorainópolis
Tipo de Negócio:
Pequenas e médias empresas (PMEs)
Foco na comunidade:
Não
Gerido por mulher:
Não
Uso do termo "regenerativo":
Sim
Link comercial:
Cadeia de valor:
Produção agrícola e/ou pecuária, Transformação/Benefício
Atividade e sistema de gestão:
Agricultura, Agricultura Processamento de Alimentos
Produto(s) oferecido(s):
Açai, Cacau, Fruta, Limão
Participação de grupos vulneráveis:
Envolve e articula com imigrantes/refugiados
Certificações:
Não

1. Descrição do negócio

Luiza e Gilberto, proprietários da fazenda, apresentam uma antiga área produtiva de Dende (palmeira africana) que está em processo de transição para um sistema diversificado. A regeneração natural e as espécies de alto valor começam a tomar o seu lugar.

A Courageous Land é uma empresa associativa privada de média dimensão, com configuração de holding. A quinta Regenera é um dos negócios/projectos do CL. Esta fazenda possui uma área de 180 hectares, sendo cerca de 50 hectares plantados e 110 hectares de reserva legal (área protegida). A área onde está localizada a fazenda é conhecida pela expansão do desmatamento e prevalência de atividades ilegais. As condições de trabalho das famílias que vivem naquele território são normalmente informais e para as mulheres as alternativas são ainda mais escassas. Um dos poucos pontos de escoamento comercial é Manaus, capital do Estado da Amazônia, e os países vizinhos ao norte (Guianas, Suriname e Venezuela), o que dificulta o estabelecimento de cadeias de valor e melhores condições de preços e negociação.

Para facilitar a compreensão da distribuição dos sistemas agroflorestais da fazenda, foi feito um agrupamento segundo características notáveis. Em todos esses agrupamentos o que é comum é a presença de cacau, limão, açaí e diversas árvores de sombra e madeira (nativas e exóticas). O que muda nestes três agrupamentos são elementos específicos como o manejo ou uma ou outra espécie comercial. A primeira colheita comercial está prevista para 2024 e será de limão e frutas colhidas na floresta. No futuro, também esperam ter uma fábrica para processar e beneficiar produtos provenientes de sistemas agroflorestais e de famílias produtoras/coletoras da região. A previsão é que esse projeto seja realizado em outra fazenda também na região de Roraidópolis, como alternativa positiva para a integração das mulheres em empregos formais com benefícios.

 

2. Sistemas de produção

O primeiro conjunto de parcelas é denominado “SAF Monodende” nos protocolos. Essa é uma área onde historicamente o dendê (palmeira africana) era monocultivo, algo bastante comum na região e cada vez mais um fator de desmatamento em Roraima. Nesse caso, os sistemas agroflorestais implementados pelo CL buscam fazer uma transição gradual da monocultura do dendê para o SAF diversificado e estratificado. Existem talhões onde o dendê já está deitado e incorporado ao solo e outras áreas onde o dendê já está em pé e sob essas palmeiras estão outras plantas comerciais do sistema que serão priorizadas no futuro. Esses dendes serão em breve derrubados para que possam surgir plantas comerciais e outras. O segundo agrupamento de parcelas são os “SAF agrícolas”, que são sistemas implantados do zero em pastagens abandonadas. Naquela área, assim como nas demais, muito se fala da regeneração natural de espécies nativas. É uma área que requer alto manejo de pastagens para manter o estabelecimento de espécies em desenvolvimento. Por fim, há o agrupamento de parcelas no “SAF juquira”, que são áreas de floresta secundária, onde as três principais espécies comerciais foram implementadas na parte inferior da floresta em desenvolvimento. É um sistema bastante denso, com diversidade de espécies e onde há baixo manejo.

Imagem de drone de sistemas agroflorestais recém-implementados, substituindo antigas pastagens da fazenda.

3. Entradas

O manejo das parcelas mencionadas é isento do uso de pesticidas, fungicidas ou herbicidas. Porém, principalmente na fase de implantação os sistemas ficaram dependentes de fertilizantes convencionais, devido à falta de alternativas viáveis em grandes quantidades na área. Para mudar essa condição, estão investindo em um profissional que possa desenvolver a produção de bioinsumos para as fazendas Corajosas e desta forma ter todos os insumos orgânicos em mãos. Além da produção de insumos próprios, esperam ser autossustentáveis em alimentos para a fazenda. Pretendem que tudo o que se consome na cafetaria venha da produção, desde os vegetais até à proteína animal.

4. Porque é considerado regenerativo

A Courageous Land é um dos negócios que utiliza o termo regenerativo e com base nisso tem como objetivo desenvolver uma agricultura que traga, além dos benefícios da mitigação das alterações climáticas, benefícios económicos e rendimentos que permitam aos investidores serem bem remunerados e. parceiros relacionados. Querem ver segurança financeira mas também uma agricultura que seja um legado para o planeta, onde os benefícios sejam coletivos, valorizando práticas agrícolas baseadas em conhecimentos ancestrais, resgatando o conhecimento das espécies nativas, ajudando a domesticar espécies e promovendo esse legado coletivo. É esse modelo agrícola que querem escalar para mais de 10 mil hectares, além de doar 1% de toda a produção a famílias em situação de vulnerabilidade, principalmente crianças, e impactar a segurança alimentar e nutricional do território.