1. Descrição do negócio
A Agrosolidaria é uma associação responsável por transformar frutas amazônicas em produtos inovadores. Entre eles estão cupuaçu em pó, salgadinho sacha inchi, chili, entre outros. No departamento de Caquetá, a associação surge de uma escalada de um modelo de negócio já existente em outras regiões do país, que adota 3 princípios de agroecologia, finanças comunitárias e economia solidária. As fazendas variam em tamanho, mas na região as fazendas consideradas pequenas podem ter em média 15 hectares. Nas áreas mais altas, próximas à serra, as fazendas são menores, cercando 3 ou 4 hectares, enquanto, na área mais baixa, em direção à planície amazônica, as fazendas são maiores. A Agrosolidaria é uma empresa consolidada, com grande número de associações e produtores afiliados, e tem conseguido entrar no mercado com produtos amazônicos com valor agregado, gerando novas oportunidades e alternativas de renda econômica para os produtores da região, aproveitando o potencial dos produtos nativos que não necessitam de reflorestamento mas, pelo contrário, contribuem para a melhoria das condições dos ecossistemas através de sistemas agroflorestais e do uso de produtos florestais não madeireiros. A empresa possui uma planta de processamento muito completa com todos os elementos necessários para transformar e agregar valor aos seus produtos, obtendo resultados de altíssima qualidade. A empresa também conta com pessoal altamente treinado para sua operação e gestão.
2. Sistemas de produção
Atualmente, em Caquetá integra diversas associações de produtores e tem como foco a produção de fruteiras amazônicas em sistemas agroflorestais. Os SAF foram desenhados de forma que as 4 espécies principais (sacha inchi, açaí, castanha e copoazu) se estabeleçam ao mesmo tempo, mas o ciclo de vida dessas espécies permite ao produtor ter sempre um fluxo de caixa a partir de oito meses com o estabelecimento do sacha inchi, e a produção das outras 3 espécies começa aos 4, 6 e 8 anos sucessivamente. Neste negócio, os seus sistemas produtivos diversificados materializam-se tanto na não utilização de insumos sintéticos, como no apoio, preços justos e fortalecimento dos associados. A Agro solidaria propôs um modelo agroflorestal muito adequado aos produtores amazônicos que lhes permite obter renda desde muito cedo no seu estabelecimento, e que permite sucessivamente a utilização de novos produtos à medida que é desenvolvido.
3. Principais desafios
Dificuldades na consolidação de mercados e necessidade de definir melhor o seu portfólio de produtos e manter níveis de produção estáveis, dificultando o atendimento às crescentes demandas dos clientes. A autonomia financeira ainda é um gargalo, principalmente no que diz respeito à sua capacidade de capitalização e para poder prestar serviços de assistência técnica aos seus associados. Outro grande problema da região é a forte relutância dos produtores em relação à vocação agrícola, uma vez que existe uma forte tradição pecuária além de um desconhecimento geral sobre as culturas e frutas amazônicas. Da mesma forma, devem superar a pouca cultura e conhecimento que existe sobre o consumo de alguns alimentos amazônicos, razão pela qual suas vendas nacionais ficam reduzidas a um pequeno nicho. Finalmente, certas matérias-primas provêm de comunidades indígenas e embora as comunidades estejam interessadas em processar as matérias-primas, não têm condições e capacidades tecnológicas para realizar estes processos.